quinta-feira, 14 de junho de 2012

Quando o medo toca em nossa mente, tudo parece assustador, 
Mais quando o amor toca em nosso coração e nos rendemos a ele, todo medo desaparece.

Me deixe em paz!


Retratos na mente me vem alcançar, como o grande desespero sombrio dos bosques selvagens onde tento fugir de um ser terrível e magoado, por que?...
não posso fugir e te deixar pra trás?
você já me deixou tantas vezes e eu nem pude reclamar, agora ficastes triste e se tornastes este monstro com a única certeza de me ter pra você, não tenho mais forças para aguentar tanta pressão, tanto horror, tanta culpa...
prefiro viver na solidão, minha segunda escolha depois de você, minha única companheira...
e eu..., eu só te peço que me deixe em paz!
te dei tudo que eu podia, eu sei que também errei, mais foi só uma vez!
e você, que cometeu tantos erros?
e não te perdoei?
agora nesse  meu único erro com você, eu pedi perdão e você não aceitou, te magoei, mas você fez muito mais que isso!
Já concordei, perdoei e até te amei, mais agora...
agora não resta mais nada...
nem uma migalha do pão de cristo esmagada por seus pés imundos, pois sua maldade não habita mais em mim!
não te quero mais, me deixe em paz..., suma da minha mente...suma da minha vida...me deixe em paz!
Ai que preguiça de levantar...
Hum...
to precisando fazer as unhas urgentemente!

Fernando Pessoa


Onde você vê um obstáculo,
alguém vê o término da viagem
e o outro vê uma chance de crescer.
Onde você vê um motivo pra se irritar,
Alguém vê a tragédia total
E o outro vê uma prova para sua paciência.
Onde você vê a morte,
Alguém vê o fim
E o outro vê o começo de uma nova etapa...
Onde você vê a fortuna,
Alguém vê a riqueza material
E o outro pode encontrar por trás de tudo, a dor e a miséria total.
Onde você vê a teimosia,
Alguém vê a ignorância,
Um outro compreende as limitações do companheiro,
percebendo que cada qual caminha em seu próprio passo.
E que é inútil querer apressar o passo do outro,
a não ser que ele deseje isso.
Cada qual vê o que quer, pode ou consegue enxergar.
"Porque eu sou do tamanho do que vejo.
E não do tamanho da minha altura."

A Rosa de Hiroshima (Vinícius de Morais)


Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada

Ausência (Vinícius de Morais)



Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar seus olhos que são doces...
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres exausto...
No entanto a tua presença é qualquer coisa, como a luz e a vida...
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto...
E em minha voz, a tua voz...
Não te quero ter, pois em meu ser tudo estaria terminado...
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados...
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada...
Que ficou em minha carne como uma nódoa do passado...
Eu deixarei...Tu irás e encostarás tua face em outra face...
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada...
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu...
porque eu fui o grande íntimo da noite...
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa...
Porque os meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
E eu ficarei só como os veleiros nos portos silenciosos
Mas eu te possuirei mais que ninguém, porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas,
serão a tua voz presente, tua voz ausente, a tua voz serenizada.